Tenho visto em visita a alguns sites, blogs e comunidades nas redes sociais que os administradores fazem sempre a seguinte pergunta: “Que técnica você mais gosta?” E tenho pensado a esse respeito e cheguei à conclusão de que pode ser perigoso para o artesão responder essa pergunta. Mas como assim “perigoso”? Calma, calma! Não é um perigo do tipo “Ah! Você está em perigo! Cuidado!”. É mais um perigo do tipo “Ó, leva esse casaco aqui senão pode esfriar e você não vai ter um agasalho”.
Tudo bem! Mas qual é o perigo? Vamos lá. Quando você identifica uma técnica como sendo a que você mais gosta, você cria uma afinidade com essa técnica e uma tendência a direcionar toda a sua atenção para essa técnica. Até então, não tem nada demais. Afinal você está direcionando sua paixão e sua atenção para aprender mais sobre aquilo que você gosta. Mas aí vem o problema de segurança que eu falei no início: quando você se define, você se limita.
Mas como assim? Isso não é filosofia de rede social? É também. Mas me acompanha aqui rapidinho... Quando você define, por exemplo, que gosta mais de pintura em tecido, você fica com essa ideia na cabeça. E toda vez que você tem oportunidade de pesquisar alguma coisa ou de fazer um curso, você vai pensar de cara em pintura em tecido. E com essa rotina a gente acaba perdendo ótimas oportunidades de aprender coisas novas.
Se nós colocamos uma definição para aquilo que nós gostamos, nós corremos o risco de não buscar novos horizontes para nos aperfeiçoarmos na arte. Se eu gosto de pintura em tecido, mas não me defino como um pintor de tecidos, é muito mais fácil eu assistir a um vídeo de decoração de caixas de MDF e aprender, por exemplo, uma técnica de acabamento que pode ser usada nas duas situações. Assim como aprender a fazer uma flor de crochê que vai ficar superinteressante naquela decoração de garrafa que eu penso em reciclar há tanto tempo.
Então vamos nos definir como artistas/artesãos que gostam de fazer arte?! E vamos expandir os nossos horizontes para aprender uma coisinha nova todos os dias. Assim vamos nos aperfeiçoando cada vez mais. Até o próximo artigo!
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